Uma pirâmide na Avenida Paulista
Marco visual da cidade, o edifício segue contemporâneoInaugurado em 1979, o edifício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) se sobressai na Avenida Paulista com sua fachada predominantemente preta e desenho piramidal. Desde sua inauguração, o prédio de 16 andares tem sido sede de diversas entidades representativas da indústria paulista: Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP), Instituto Roberto Simonsen.
A arquitetura de autoria do escritório Rino Levi Arquitetos Associados venceu um concurso, em 1969, quando foram pré- -classificados cinco projetos para a fase final. O desafio então imposto aos participantes era o de desenvolver um edifício que reunisse características expressivas capazes de transformá-lo em uma referência na cidade. Levi criou um prédio de estrutura dividida em dois blocos superpostos, separados por um andar de pilotis, com blocos inferior, térreo e superior. Além do aspecto estético, a progressão dos andares em direção ao topo, em formato de pirâmide, permite que uma maior incidência solar chegue aos andares inferiores.
Um aspecto relevante sobre o edifício-sede da indústria paulista está relacionado justamente à inclinação da fachada, que garante melhor iluminação nos andares do edifício. Aí está a preciosa contribuição do Liceu de Artes e Ofícios neste outro ícone moderno paulistano: a malha metálica que reveste a fachada – sua forma inusitada faz do edifício um marco visual e cartão-postal da cidade.
Popularmente chamado de “ralador de queijo”, o edifício tem na fachada seu diferencial. Abaixo, vista a partir da Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista. O mural de 515,68 m² é obra de Burle Marx em parceria com Haruyoshi Ono.
A malha metálica que reveste a fachada do edifício recebeu tecnologia responsiva de iluminação. A vocação de marco visual da torre segue firme na Avenida Paulista.
Inaugurado em 1979, o edifício ainda hoje se sobressai na paisagem com sua fachada predominantemente preta e desenho piramidal. É hoje um cartão postal da cidade e um marco emblemático da vocação paulista para o desenvolvimento. O que mais chama a atenção, para quem vê o edifício de fora, é a progressão dos andares em direção ao topo em formato de pirâmide – aspecto estético e ao mesmo tempo funcional por garantir maior insolação dos andares inferiores.
(COTRIM, L. 2021).A partir da década de 1930, o Liceu passou por um processo de industrialização, com a produção em escala dos hidrômetros e de artefatos símbolos da contemporaneidade. Entre as décadas de 1950 e 1970, atuou em projetos como o Hotel Hilton, na Avenida Ipiranga, a sede da FIESP, na Avenida Paulista, e na produção de elementos metálicos para o Metrô de São Paulo. Foram produzidos pelo Liceu as esquadrias e os brises-soleil do Congresso Nacional em Brasília, além do mobiliário original dos hotéis Tropical de Manaus e dos cariocas Intercontinental e Sheraton.
Aproveitando o desnível entre a Avenida Paulista e a rua paralela, a Alameda Santos, o projeto original incluiu quatro andares para garagem, reservatórios de água, teatro e galeria de artes em pavimento meio nível abaixo da Avenida Paulista. Em 1998, o prédio passou por uma reformulação que conferiu nova estrutura ao piso térreo. A assinatura dessa parte do projeto é do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Um dos marcos dessa intervenção foi a recuperação da distância original entre a entrada do prédio e a avenida. Para isso, o arquiteto fez um “corte” da laje do pavimento superior ao passeio público e recuou a laje inferior, onde hoje se situa o Centro Cultural Fiesp.
Segundo registro de Luciana Cotrim (2021), na comemoração de seu 35º aniversário, em agosto de 2014, a Fiesp publicou em seu site uma matéria intitulada “Trinta e cinco coisas que você não sabia sobre o prédio da Fiesp”. Algumas das curiosidades sobre o edifício são a presença de um mosaico de 515,68 m2 assinado pelo paisagista e arquiteto Roberto Burle Marx e desenvolvido em parceria com Haruyoshi Ono. Outra curiosidade listada na ocasião foi uma intervenção realizada no edifício em 1998, com a construção de um mezanino em que foi instalada a Galeria do Sesi-SP. O autor do projeto foi o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, o único brasileiro a ganhar o Pritzker, considerado o “Nobel da Arquitetura”, além de Oscar Niemeyer. Cotrim (2021) cita ainda um aspecto contemporâneo da fachada. “Uma das principais atrações do edifício, a Galeria Digital, que consiste em uma plataforma de transmissão de obras interativas em movimento e estáticas na fachada da construção, foi inaugurada em dezembro de 2012.”
A partir da década de 1930, o Liceu passou por um processo de industrialização, com a produção em escala dos hidrômetros e de artefatos símbolos da contemporaneidade. Entre as décadas de 1950 e 1970, atuou em projetos como o Hotel Hilton, na Avenida Ipiranga, a sede da FIESP, na Avenida Paulista, e na produção de elementos metálicos para o Metrô de São Paulo.
O brutalismo do concreto dialoga com as estruturas de aço independentes, acesso à recepção do prédio. Na calçada, o mosaico português marca a essência moderna.
© Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo